Ministro João Otávio de Noronha Concede Habeas Corpus ao Juiz Leonardo Safi de Melo

23 de JULHO de 2020 • Por: ,

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, o ministro João Otávio de Noronha, concedeu Habeas Corpus e determinou a soltura do juiz federal Leonardo Safi de Melo, da 21ª Vara Federal Cível de São Paulo, nesta quinta-feira (23/7).

Prisão Preventiva e Acusações

O juiz Leonardo Safi de Melo estava preso preventivamente desde 9 de julho, acusado de integrar um esquema de corrupção relacionado à liberação de precatórios.

Decisão Judicial e Medidas Cautelares

A decisão do ministro Noronha substitui a prisão preventiva por medidas cautelares, atendendo ao pedido da defesa, representada pelo escritório Massud, Sarcedo e Andrade Sociedade de Advogados. Entre as medidas impostas, Safi de Melo deverá:

  • Utilizar monitoramento eletrônico;
  • Permanecer em casa a partir das 20h, incluindo feriados e finais de semana;
  • Não se ausentar da comarca de domicílio sem autorização judicial.

Além disso, estará proibido de:

  • Frequentar as dependências da Justiça Federal;
  • Acessar sistemas eletrônicos processuais no Tribunal Regional Federal da 3ª Região;
  • Comunicar-se, por qualquer meio, com outros investigados, testemunhas ou pessoas relacionadas ao caso.

Contexto do Caso: Corrupção e Precatórios

A investigação da Polícia Federal teve início em 19 de março e revelou o recebimento de vantagens indevidas por parte do magistrado e outros servidores públicos em troca de decisões judiciais favoráveis em uma das Varas Cíveis da Justiça Federal em São Paulo.

A organização criminosa, com a colaboração de advogados, se aproximava das partes envolvidas em ações milionárias e solicitava vantagens para a expedição de requisições de pagamento (precatórios), conforme relatado pela Polícia Federal.

Um dos casos em investigação envolve a desapropriação de imóveis rurais, com o valor do precatório chegando a R$ 700 milhões. A organização cobrava, em regra, 1% do valor devido para liberar o precatório.

Prisões e Operação da Polícia Federal

O Ministério Público Federal informou que foram presos:

  • Divannir Ribeiro Barile, diretor de secretaria;
  • Tadeu Rodrigues Jordan, perito judicial.

A ação contou com 60 policiais federais que cumpriram 20 mandados de busca e apreensão: 18 na capital paulista, um em Mairiporã (região metropolitana) e um em Brasília. Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e cinco de prisão temporária.

Além disso, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região ordenou o sequestro de bens dos envolvidos.

Situação dos Investigados

Safi de Melo foi o último investigado a ser solto. Em 6 de julho, a presidente do TRF-3, desembargadora Therezinha Caserta, havia reconhecido a falta de motivos para manter a prisão de outros acusados, mas, três dias depois, manteve a prisão de Leonardo Safi de Melo.

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